Salve, galera!
Imagine a seguinte manchete de jornal ou revista: “MORADORES ESTÃO SUJEITOS A DOENÇA PERIGOSA”.
Percebe que não há crase? Muita gente pensa assim: “Ah, mas está errada a manchete, deveria ser À DOENÇA!”.
Muita calma nessa hora! A ausência do artigo definido visa tornar genérico o sentido do substantivo. Tudo depende da intencionalidade discursiva, ou seja, da intenção comunicativa. A ideia é indeterminar que doença perigosa é essa de que a matéria completa vai tratar de revelar.
Pense: se se deseja indeterminar, indefinir, generalizar, omite-se o artigo definido, não havendo crase (o A é só uma preposição exigida pelo adjetivo “sujeitos”). Se se deseja especificar, definir, determinar, usa-se o artigo definido (havendo artigo, há crase: sujeitos A + A doença perigosa = à doença perigosa). No primeiro caso, é alguma doença perigosa; no segundo caso, é uma doença perigosa já conhecida dos envolvidos no processo comunicativo.
Veja: “Ele se refere a criança, e não a adulto” não é a mesma coisa que “Ele se refere à criança, e não ao adulto”. Concorda?
Como se viu, não há crase na primeira frase, pois não há artigo definido; já na segunda, há crase, pois há artigo definido.
Sacou? 😉
Enfim… as manchetes de jornais omitem propositadamente o artigo definido para gerar uma curiosidade no leitor, levando-o a ler a matéria completa, na qual tudo será esclarecido.
É isso.
Felicidades!