Salve, galera!
“Os textos deverão ser entregues A CANETA (ou À CANETA)”??? (LEIA!)
O termo “à caneta” é uma locução adverbial de instrumento/meio de núcleo feminino introduzida pela preposição “a”, assim como “à bala, à mão, à tinta, à faca, à vela, à lenha”…
Nesse caso, apesar de controvérsias entre alguns estudiosos, não são poucos os gramáticos que recomendam, visando à clareza, o acento grave. Logo, eles não desabonam o uso do acento em À CANETA.
Por força da tradição e por razões didáticas influenciadas pelo uso de grandes penas da literatura brasileira, muitos gramáticos estabeleceram que o mais sensato é marcar com acento grave locuções desse tipo.
Conheça alguns estudiosos consagrados que ensinam isso ou reconhecem, no mínimo, a correta dupla possibilidade (com ou sem acento grave):
1) Evanildo Bechara (confira: http://www.academia.org.br/artigos/barco-vela-ou-barco-vela; veja também sua recomendação explícita no capítulo de preposição de sua gramática, mais especificamente na parte de “Emprego do à acentuado”);
2) Maria Helena de Moura Neves (no verbete “a bala, à bala” do livro “Guia de uso do Português”);
3) Carlos Nogué (no capítulo de crase, em caso especial);
4) Celso Pedro Luft (no verbete “crase” do livro “ABC da Língua Culta”);
5) Ernani Garcia dos Santos e Alessandra Figueiredo dos Santos (no capítulo de crase do seu livro “A Língua Portuguesa sem mistério”);
6) José Marques da Cruz (no capítulo de crase do seu livro “Português Prático – Gramática”);
7) Eduardo Carlos Pereira (na parte de preposição do seu livro “Gramática Expositiva – Curso Superior”);
8) Rocha Lima (no capítulo de crase de sua gramática);
9) Luiz Antonio Sacconi (no capítulo de regência nominal/crase do livro “Nossa Gramática – Teoria e Prática”);
10) Amini Boainain Hauy (no capítulo de crase do livro “Gramática da Língua Portuguesa Padrão”);
11) Faraco & Moura (no capítulo de crase de sua gramática).
Se a referência a todos os gramáticos acima não é suficiente, confira estas duas questões de bancas que comprovam a visão deles:
BANCA FUNCAB – CODATA – ANALISTA DE INFORMÁTICA – 2013
– Nos adjuntos adverbiais de meio ou instrumento, até há bem pouco tempo só se admitia o acento indicativo de crase se houvesse ambiguidade na frase. Modernamente, porém, os gramáticos estão admitindo tal acento em qualquer circunstância. Dentre as alternativas abaixo, tendo sido usado ou não o acento grave, qual a frase que exemplifica essa afirmação?
a) “[…] este ano não vou à França […]”
b) “[…] pedia à minha heroica esposa que o levasse […]”
c) “[…] ter de fazer correções a caneta […]”
d) “[…]movido a querosene ou coisa semelhante.”
e) “[…] aconselho você a esperar mais um pouco.”
Gabarito: C. Vou-me ater apenas à letra C. Pode ser “à caneta” ou “a caneta”, isto é, ambas as construções são corretas.
Banca Acesso Público – Colégio Pedro II – Assistente em Administração – 2015
– O funcionário encarregado de fazer as placas encomendadas pelos clientes não sabia as regras de emprego do acento de crase e, por isso, só acertou o texto de uma das placas. Qual delas?
a) COSTURA-SE À MÃO.
b) LAVA À JATO.
c) COMIDA À QUILO.
d) CAMINHÕES À FRETE.
e) REFEIÇÕES À DOMICÍLIO.
Gabarito: A. Isso comprova a visão dos estudiosos supracitados.
Portanto, se alguma banca vier de gracinha, querendo doutrinar que a frase do título desta postagem só está correta sem acento, mande este texto para ela parar de fazer m&#%@! 😛
Bons estudos! 😉