Salve, galera!
O que vem a ser o truncamento sintático? Relax, que é algo muito simples.
Ao ler uma frase, em tese, você espera que ela tenha sentido completo, afinal de contas, quem escreve quer ser entendido por quem lê. Ok?
Normalmente a frase é composta de sujeito, de verbo e de complemento (se o verbo o exigir). Até aí, tranquilo?
Pois bem… E quando você lê uma frase e a considera “estranha”, como se estivesse faltando alguma parte, como se algo fosse retirado dela, como se ela estivesse cortada, partida, truncada? Já aconteceu isso alguma vez? Se sim, você esteve diante de uma falha estrutural na frase, um truncamento sintático.
Normalmente ocorre truncamento sintático entre orações principais e orações subordinadas, em que o verbo de uma das orações simplesmente não aparece. Logo, partindo do princípio de que toda oração tem verbo, o que podemos dizer de uma oração que não tem verbo? Simples… e tem nome: truncamento sintático.
Veja esta frase: “Outro aspecto significativo foi a autorização para o aumento das dívidas de vários estados (oração principal), cujas condições financeiras e administrativas. (oração subordinada adjetiva explicativa sem verbo)”
Perceba que falta um pedaço na oração subordinada adjetiva, certo? Por isso, podemos dizer que houve truncamento sintático.
Agora veja a frase inteirinha, completaça, sem truncamento: “Outro aspecto significativo foi a autorização para o aumento das dívidas de vários estados, cujas condições financeiras e administrativas são adequadas para acelerar suas próprias obras de infraestrutura“.
Agora, veja uma questão com as alternativas comentadas.
– Assinale a opção que não apresenta falha estrutural.
(A) Eis o resultado da especialização da economia, cuja forte geração de emprego, em troca de menor competitividade.
Onde está o verbo da oração subordinada adjetiva iniciada pelo “cujo”?
(B) Com uma taxa insignificante de investimento, no qual a proporção foi elevada, por um valor altamente irrisório.
Cadê a oração principal da subordinada adjetiva iniciada por “no qual”?
(C) A moeda brasileira, que há muito vem assumindo uma postura forte não só no mercado nacional, mas também internacional.
Xessus! Onde foi parar o verbo da oração principal da subordinada adjetiva iniciada pelo “que”?
(D) Aquelas velhas explicações, uma vez que forem repassadas prontamente pelo administrador, ainda que não agradem a todos.
O sujeito “Aquelas velhas explicações” está órfão, sem verbo. Simplesmente não há oração principal das subordinadas adverbiais iniciadas por “uma vez que” e “ainda que”.
(E) Os próprios banqueiros perdem benesses e têm de arregaçar as mangas para voltar a antigas tarefas, dando passos retrógrados.
Frase linda. Cada verbo tem seu sujeito. Não há truncamento sintático, pois não está faltando nada à frase.
Quem disse que gramática tem de ser difícil? Só é preciso paciência. Paciência para aprender muita coisa aos pouquinhos… Estou aqui para ajudar a tirar as pedras do caminho.
Safo?! 😉
P.S.: As bancas FCC e ESAF adoram trabalhar isso em questões de correção de frases. Cuidado!